believe.

São noites mal dormidas, voltas na cama sem sequer conseguir fechar os olhos, são pesadelos atrás de pesadelos e eu aqui: indefesa e (quase) sem forças, embora continue a lutar.
Já bati no fundo muitas vezes, fui-me completamente abaixo e gritei até descarregar parte da minha raiva. Não, ainda não aceitei por completo o facto de te teres ido embora. No deserto consegui, finalmente, falar de ti sem chorar. As minhas mãos tremiam, sentia uma certa dificuldade em respirar e um grande nó no estômago, mas acima de tudo, sabia que estavas a olhar por mim, a dar-me forças para não ir abaixo mais uma vez e a abraçar-me fortemente.
Está quase a fazer 9 anos que me deixas-te, e hoje sei que foi o pior dia da minha vida. Lembro-me vagamente do teu polegar cheio de piquinhas e da tua cabeça quase quase sem cabelo. Não percebia porque é que eras diferente das outras meninas, nem porque é que cada vez que queria estar contigo tinha que usar máscara.
Agora percebo o porquê de tudo, o porquê de tu morreres, o porquê de seres diferente. Com uma angustia enorme, hoje admito que para ti até foi melhor assim. De uma vez por todas acabou-se o teu sofrimento.
Sei que estás num lugar bem melhor, e que um dia vou ter contigo. Espera por mim.